Mulher no Cio

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Na cama
Tu de joelhos
Eu de quatro
o espelho
Como voyeur

Vem escalar o  meu corpo,

banhar-te com meu suor

afogar-te na saliva de meus beijos.

O espelho nu mostrava todo o seu êxtase. Cavalgava o corpo tangendo as ancas largas... incitando-me à loucura plena. As minhascoxas grossas avermelhadas, eram salivada... a sua verga excitava-me para a contrição... mas o desejo fulminava todo o intento. Era o dilema... talvez, as línguas dos anjos a acalmassem... porém, o diabo usava os dedos...

Que o teu corpo tombe sobre o meu

pesando em desabamentos tantos...

Feito temporal e chuvarada.

E que suas águas aflitas, todas elas!

Se misturem as minhas salácias

de marés andarilhas de cios...

Dor lancinante

deste momento em que me deixaste

destas vontades,

Ainda molhada,

já sinto a tua falta

Desperto , a brisa fresca da Arrábida entra-me pela janela e  causa-me arrepios. Abro os olhos e já não estás ao meu lado, procuro-te na cama e não te encontro. Onde estás?
Só o silêncio me responde.
Levanto-me e apetece-me algo que me aqueça. Resolvo  fazer um chocolate bem quente para bebermos juntos aconchegadinhos um no outro, a sentir esta aragem que envolve a manhã e nos envolve.
Derreto o chocolate… espero… não chegas, esta espera enlouquece-me, o aroma do chocolate quente inebria-me, deixa-me as ideias a ferver, o corpo escalda-me, a brisa que me toca, dá-me choques de tortura e prazer…
Fecho os olhos, lembro-te…
Já tenho a calda de chocolate espalhada pelo corpo, todo sem excepção, já sinto a tua boca cheia de gula, a língua macia a percorrer a devorar todo o chocolate, a deliciar-se no meu corpo.
Sinto-me em chamas.
Espero-te.
A porta está entreaberta, não demores…
Chegas, gelado pelo frio que se sente lá fora, molhado pela chuva fininha que começou a cair.
Olhas-me com esses olhos malandros que me percorrem o corpo a pingar de chocolate, e esta visão deixa-te em fogo.

Queres?
Vem...
Serve-te!

Eu quero.

Quero abrir-me para ti

Quero um lugar para me apoiar, descer e empinar.

Quero sentir a   entrada da cabeça do teu mastro...

Quero apoiar-me na parede para não cair entre tantos gozos.

Quero porque tenho a certeza de que quando me abrir para ti, tu não irás recusar.

Eu indefesa
nas tuas mãos
Os meus seios
são o teu desejo

A entrega é  total e absoluta
A tua saciedade
é o meu prazer

O meu corpo está quente

Estou molhada

Pensando em ti...

toco-me